segunda-feira, 5 de maio de 2008

Rio

JMCouto disse:
"Segundo a imprensa de hoje, dia 5 de Maio de 2008, Menezes acusa Rui Rio de ter "má educação e mau carácter". O líder demissionário do PSD está no seu direito, mesmo depois de ter dito que não se pronunciaria sobre a vida do partido nos próximos tempos. Não resistiu. Gosta de dizer o que sente e pensa. Como toda a gente. Melhor, como quase toda a gente, porque há quem não se atreva a fazê-lo, hipotecando, assim, a sua liberdade, limitando-se a fazer de figurantes sem rosto nem personalidade. Vivendo na sombra. São como folhas de Outono levadas pelo vento. Enquanto se mantêm no ar, deixam transparecer a paleta de cores que lhes imprime a maior beleza. Mas uma vez caídas, são esmagadas no chão, varridas e levadas para uma qualquer lixeira.
O que está em causa é a eterna rivalidade e tentativa de fratricídio; é o desespero de alguém que repetidamente tem vislumbrado a Câmara do Porto no seu currículo, mas não tem pernas para dar este (as)salto em altura.
Admiro a verticalidade de Rio. Admiro a sua personalidade forte, o seu carácter, a sua determinação. Homem de convicções. Tem um rumo. Sabe o que quer da vida e da política, se, se vender a quem quer que seja. O Futebol Clube do Porto, o Jornal de Notícias, a aprovação de determinados empreendimentos imobiliários… poderiam ter servido de escada para estar de bem com tudo e com todos. Mas não o fez! Não procura o mediatismo fácil. Não se revela preocupado com o que dele pensam e dizem os jornais e a televisão. Os portuenses compreenderam, desde a primeira hora, que que se trata de um Homem com "H" grande. Por isso muitos o queriam ver à frente do PSD. Também creio que seria o homem certo. De certeza que não se deixava vencer facilmente pela divergência de vozes e levava avante um projecto credível. Ainda bem para o PS nacional, que vai continuar a não ter oposição.
Rio não quer. O povo também não, por que precisa dele. O povo sabe acolher bem os seus, mas também sabe separar o trigo do joio. E quando alguém avança aos ziguezagues e, depois de voos mais altos falhados, quer regressar a pouso certo, tem o que merece. Como diz o ditado: "vai por onde andaste".
Antes de avançar para Lisboa, o Dr. Meneses deveria ter calculado bem todos os riscos. Cega a vontade ilimitada de cumprir um desejo pessoal, um "sonho de menino".
Diz-se que na política não há limites. Mas há. A dimensão do Outro tem de estar sempre acima da do pessoal. A dita folha pode voar uns tempos, mas acaba por cair.
Como diz o Dr. Rui Rio, "Esta não foi uma história bonita". Referindo-se à acumulação de funções de líder do PSD e de presidente de Câmara, deixa claro aquilo que toda a gente de bom senso sabe e que já referimos noutra publicação: "A Câmara do Porto não é a Câmara de Gaia. Se fosse, por exemplo, presidente da Câmara de Miranda do Douro, se calhar era possível acumular. Pelos vistos em Gaia também é possível. Mas no Porto não. Poderia funcionar durante algum tempo, mas não funcionaria sempre. Líder da Oposição é uma função a tempo inteira e presidente da Câmara do Porto também".
Está errado? Tais afirmações revelam mau carácter?
Invejas e mais invejas. Abril comemorou-se há apenas alguns dias. Viva a liberdade de pensar(-se) e de dizer(-se)!!!
Já agora, Dr. Rui Rio, acorde para a importância de se investir na cultura e nas artes na sua cidade. Deixe que o tal "Outro", o povo e os homens e mulheres de cultura, possam manifestar as suas convicções artístico-poéticas. Vá lá, Dr. Rui Rio! Apoie este enorme "clube de pensadores", que nele se vão "inscrevendo" naturalmente, só porque, como o senhor, têm ideias e vontade própria. E trabalham. Muito."

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